Fortaleza do coronel João Dantas de Oliveira
foto: Emanoel Amaral |
Casa do coronel João Dantas de Oliveira (1981) |
O não-lugar é diametralmente oposto ao lar, à residência, ao espaço personalizado. É representado pelos espaços públicos de rápida circulação, como aeroportos, rodoviárias, estacoes de metrô, e pelos meios de transporte - mas também pelos museus e ruinas.
Só, mas junto com outros, o habitante do não-lugar mantém com este uma relação contratual representada por símbolos da supermodernidade, seja um ticket de passagem, ou cartões eletrônicos, além de documentos e recursos da digitalização fotográfica (fotografias), símbolos que, enfim, comprovam a identidade.
Capa livro |
Depois da acusação de cumplicidade no saque a cadeia pública de Pombal no estado da Parahyba, ocorrido no ano de 1874, episódio protagonizado pelo cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante (1844-1879), o coronel João Dantas de Oliveira migrou para o Rio Grande do Norte, onde edificou grandiosa fortaleza no sítio Patu de fora, tornando-se inimigo do outrora aliado Jesuíno Brilhante e manteve vigorosa aliança com a família Limão, cujos membros foram arqui-inimigos de Jesuíno.
foto: Saci |
Ruinas da fortaleza do coronel João Dantas de Oliveira (2010) |
Família Limão |
Foto: Rafael Soares |
Sítio Patu de Fora (2017) |
Afeito a magia, de sua fortaleza o coronel liderou a numerosa família limão para uma investida contra um inimigo que supostamente tinha uma proteção mítica que lhe conferia a inviolabilidade do seu corpo, dai a necessidade de se produzir nesta fortaleza "balas envenenadas", a emboscada que ceifou a vida do cangaceiro Jesuíno Brilhante foi comandada pelo cabo Preto Limão.
Foto: Carlos Tourinho |
Preto Limão no cinema (1972) |
Foto: Canuto Saraiva |
Habitante de Não-lugar (sobrado de Belém de Brejo do Cruz/PB) |
Segundo Mário Valdemar Saraiva Leão, 98 anos, em depoimento no documentário O Lugar da Morte de Jesuíno Brilhante, este fatídico episódio ocorreu no serrote da tropa na zona rural de São José de Brejo do Cruz/PB, em dezembro 1879, quando "Jesuíno rastreava a tropa sendo alvejado a pontaria". Teria dito na ocasião: valha-me, nossa senhora! Uma bala envenenada atravessou meu coração.
Foto: João Lima |
Mário Saraiva, São José de Brejo do Cruz/PB (2004) |