A Proibição do Café
Plínio, filósofo naturalista romano |
Vem da Etiópia, a antiga Abissínia, de onde também veio à inspiração para o seu apreciador o músico libertário Bob Marley compor sua mítica canção War (Guerra): Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada, enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda categoria de qualquer nação, enquanto a cor da pele de uma pessoa for mais importante que a cor dos seus olhos, enquanto não forem garantidos a todos por igual os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida, mas nunca alcançada.
Bob Marley |
Conta a lenda do pastor Kaldi que observava que suas cabras ficavam alegres e saltitantes quando comiam as folhas e os frutos dos cafeeiros e percorriam grandes distâncias com muito vigor. Levados os frutos a um mosteiro foi descoberto o processo de torra das sementes e submetidas à infusão em água quente, estava descoberto o café. Logo passaria a ser uma das grandes riquezas do império Otomano, que punia com a pena capital o seu contrabando. No império austríaco, o monarca Frederico, o grande, deparou-se com problemas em sua balança comercial motivados pela demanda por importação do café do império Otomano. A solução encontrada foi instituir uma política proibicionista para impedir o consumo de café. A política de proibição do café criou a figura dos cheiradores de café, que tinham a função de fiscalizar nas ruas e domicílios, os vestígios de consumo de café. A punição para os infratores eram chibatadas campais. Em 1683, com a derrocada do exército Otomano, no cerco a Viena, durante a retirada foi deixada uma grande leva de sementes torradas, suficiente para o café passar a fazer parte do cotidiano europeu. Esse episódio inspirou o genial compositor alemão Johan Sebastian Bach a escrever a opereta cômica Cantata Coffee, que se referia a um pai que queria impedir sua filha de consumir café. Entre os parceiros de cafeteria do poeta lisboeta Fernando Pessoa estava o mago ocultista Alister Crowley, mentor místico-intelectual do cantor roqueiro Raul Seixas, divulgador da lei da Thelema: "Faze o que tu queres há de ser o todo da lei."
"Amor é a lei, amor sob vontade"
"Não há lei fora, Faze o que tu queres."
Se hoje a humanidade rir de sua relação
proibicionista-punitiva com o café no passado. Em futuro próximo, rirá de sua
relação, com outra planta, a maconha. Quem viver verá.
símbolo da filosofia Thelema |
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