segunda-feira, 7 de maio de 2012


SÓ CREIO EM PÓ DE ESTRELA

Desde os primórdios
quando os humanóides cultuava apenas(mente) o pensamento mítico,
azimute do entendimento cosmogônico simplório,
alguns obstinados, antenas antrópicas
vislumbravam um conhecimento além dos achismos, dos mitos,
do senso comum das tradições.

Os pré-socráticos, precursores da aventura grega do saber filosófico.
Instigados, subverteram a cosmogonia deflagrando a cosmologia:
a crença na origem divina/mítica do mundo
foi substituída pela busca da “Arché” ( princípio de tudo)
e da “Physis” (elemento primordial/eterno, essência).

Por isso, chamados de filósofos da natureza.
a Busca da verdade universal, válida para todos.
Um conheci¬mento racional de tudo que existe no universo.
Irrefutável. Insofismável...
Repensam o cosmo, o homem, e os deuses com base na razão.
Libertam o homem da insegurança imposta pela mentalida¬de mítica.

A origem do mundo; as causas de transformação da natureza.
Construção do pensamento ante a realidade aprendendo com a experiência cotidiana.
Fruto do progresso da valorização da “medida humana”,
da laicalização da cultura, numa visão holística/globalizante.

ANAXÁGORAS DE CLAZÔMENAS (499-425 a.C):
Uma visão metafísica da natureza.
Um conjunto de coisas diversas que procedem
de um mesmo princípio e que a ele retornam.

HERÁCLITO DE ÉFESO (540-475 a.C):
O movimento perpétuo do mundo.
o conflito, a luta e a contradição são a própria essência de tudo.

PITÁGORAS DE SAMOS (570-490 a.C):
a essência permanente do mundo encontra-se em princípios matemáticos
Sustentava a existência da alma imortal.

TALES DE MILETO (623 - 546 a.C)
buscou o princípio único ou substância fundamental que permanecesse estável
para ele era a água, elemento presente em todos os seres vivos.

DEMOCRITO DE ABDERA (460-370 a.C):
o átomo como explicação da diversidade
As pessoas constituídas de átomos de alma e átomos de corpo.

Perplexos, perguntavam ávidos:
A ordem está no todo? Tudo é água? Todas as coisas são números?
Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo?
O homem é um microcosmo?

Agora, num pós-tudo modernoso
em ágoras virtuais, de supercondutores e microchips
empiricamente, em modelos matemáticos surreais
testamos hipóteses de relevância teológica.

Adentrar no hipocentro da aceleração de partículas
olho no olho com o bing bang
materializar deus,
desmistificar a história
detonar dogmas, religiões e igrejas.

De resto,
sair de bobeira
desmaterializando-me pó de estrela
suspenso, levitando no ar
saltitando como poeira cósmica em alto mar
Daqui pra Dakar.

Sem fim,
de pó em pó
reciclando-me em existências efêmeras
Senhor de mim.


P.S

De: Plínio Sanderson Saldanha

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