quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CINEMA

Escritor Epitácio Andrade Ingressa na Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas

ESCRITOR EPITÁCIO ANDRADE

            Neste dia 27 de janeiro de 2016, o escritor Epitácio Andrade participou de sua primeira reunião como filiado da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas (ABD e C) Sob a presidência da jornalista e especialista em cinema Dênia Cruz, a reunião ocorreu no auditório do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN), na Cidade Alta, em Natal, capital do Estado.

 
COM DÊNIA CRUZ

            Na ocasião, o escritor discutiu com o musicista Roberto Damasceno sobre a sua recente pesquisa sobre a biografia do violinista e pesquisador da rabeca Luiz Mário da Rocha.

COM ROBERTO DAMASCENO

             Em conversa com o cineasta Rômulo Sckaff falou sobre seus documentários: O Doido do Saco e O Lugar da Morte de Jesuíno Brilhante, que serão apresentados ao pesquisador de documentários Marcelo Duainain. 

COM RÔMULO SCKAFF

COM DIRETORIA DA ABD e C

            No próximo dia 05 de fevereiro de 2016, o escritor foi convidado para participar de uma reunião com a equipe técnica do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e com Alexandre Dantas, secretário de saúde do município de São José de Mipibu, na área metropolitana de Natal, capital do Rio Grande do Norte, quando apresentará projetos cinematográficos para 2016. Com a filiação, Epitacio Andrade está tendo oportunidade de trânsito cultural por parcela importante da intelectualidade potiguar.   

COM MARCELO DUAINAIN

OBRA DE RONILSON FERREIRA


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cartas pós-modernas - 1989


1989 – Queda do muro de Berlim- Dos pós à Pós.


Última imagem do muro de Berlim

 

Início da Pós-modernidade.

 



Presidente da URSS Gorbachev


O estadista Mikhail Gorbachev inicia a implantação da Glasnost (Transparência), reforma política, e da Perestroica (Reconstrução), reforma econômica, que foram reformas implantadas na antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), decisivas para o fim da Guerra fria.
 

Fim da Guerra Fria USA-URSS

 
 O capitalismo mundial vive uma nova era. É a Globalização!
 

 A ditadura do mercado se integra com a do desejo. No plano das relações humanas se instalou uma crise paradigmática: a certeza da incerteza.  A velocidade da veiculação de informações é acelerada pelos botões da informática. À quântica caminha a humanidade. Subatomicamente, nanotecnologicamente.


 
Subatomicamente

 Vivencia-se consumismo, hedonismo, tribalismo e  efemerismo. Se o ócio é melhor do que o negócio, a estética é preferível à ética. A indústria cultural se harmoniza com a comunicação de massas e vice-versa. Essa harmonia simbiótica tem objetivo parasitístico: formar sujeitos acríticos e manipulados para colocar os seus quotidianos a serviço da reprodução do sistema.


   Constrói-se uma sociedade sem singularidade.



Nós, cordéis pós-modernos

Sigmund Freud explica e Chacrinha confunde.

 



 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cartas pós-modernas - A Natureza


A Natureza
 


 
 
É o saco de pancadas da humanidade;
O mar é o destino final de dejetos humano-industriais; Cemitério de persona-lidades: Ulisses, Poseidon, Bin Laden.
O plástico não-degradável pelo próximo meio milênio, geração pós-geração o acompanhará até se resignificar paleontologicamente. Por enquanto, segue como praga do mar.
PALEONTOLOGIA DO MAR
 
 
Cansado da plástica deglutição abissal, o senhor de barbatanas tem vindo à praia para variar o seu já diversificado cardápio. Agora se incluem as grossas coxas das turistas e as ágeis pernas dos surfistas, as vezes se incluem as frágeis canelas dos cinegrafistas. O que foi floresta que seja hoje peça do mobiliário colonial! 

AVISO TUBARÃO NA PRAIA

 
Hotel para ruminantes ou combustível automotivo verde. Quem achar que o seringal não é sustentável receberá uma ATPF sem marca d’água emitida pela empresa Ouro Verde, podendo facilmente enriquecer com a financeirização da economia global. O crime ambiental equivale uma contravenção.
 

Condenados a 10 anos de reclusão perambulam livres sem tornozeleiras, derrubando florestas, fazendo queimadas, agredindo e ameaçando ambientalistas.  Onde foi cachoeira que seja usina, principalmente, se ela descia por um belo monte.

USINA BELO MONTE

 
Se o monte é santo, ele será capaz de produzir transgênicos para promover suicídio em massa na miseravelmente produtiva cotonicultura indiana? Se a floresta esconde comunistas, inventa-se o agente laranja para desfolhá-la. Índios, negros, mulheres, esquimós e meninos! Saiam! Nós vamos pegar seu ouro! Como não existe mercado consumidor para a indústria química: Ela será redirecionada para envenenar as mesas brasileiras, mas o verde resiste, o verde não desiste, insiste!
 
 
A encíclica papal é verde. A largos passos se caminha para completa desarmonia ecossistemática. Um sussurro: Greenpeace!
O sapo e a gia formarão um casal top model; O combate à praga do bicudo matou o solo semiárido, desertificando-o e colocou agrônomos na fila de transplante hepático; o jumento não serve mais para carregar água porque existem adutoras, não serve para carregar mercadorias em caçuás porque existe caminhão-baú, não serve para transporte individual porque existem motocicletas; no mundo pós-moderno, não há lugar para viver de contemplação; o jumento está condenado a perambular pelas rodovias sendo atropelado e causando acidentes, a solução veio da chapada.
 

Será carne para presos e merenda escolar; Seria o promotor Jumento? Ou o jumento, o verdadeiro promotor? À corrosão da solidariedade humana resistirá a natureza? Sempre guerra. Com ódio e com medo! Assina a natureza humana. Nietzsche não está morto! Deus está...   
 

FILÓSOFO NIETZSCHE

 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Cartas pós-modernas - A Humanidade


Cartas pós-modernas A Humanidade
 

Somos seres andróginos.
 

Crescemos sob a liderança do macho alpha. Tornamos violentos e intolerantes.

                  Vivemos em belas gaiolas feitas com a madeira das últimas sequoias milenares que arrancamos do planeta Terra, aquecendo-o.
 
                 Recusamo-nos a acreditar que causamos terremotos, maremotos, assopramos tufões, exterminamos furões, irrompemos vulcões causamos enchentes e secas.
 
                    Acreditamos em Zeus. Tememos a deus. Confiamos em dinheiro, amamos sexo. Não conseguimos manter contatos extraterrestres.
 
                    Somos herbívoros, mas comemos animais. Temos câncer. Somos sofredores, desejantes, sonhamos contemplados com a loteria da babilônia. Para assim, podermos viajar a Marte e conhecer um antigo lavrador que nos ensinará a ter tudo do bom e do melhor. Falamos demais. Escutamos pouco. Uns têm. Outros sobrevivem. Antecipamos nossa finitude.
 

Dona Mocinha


                              Uma Mudança ao Ceará, por Mocinha Saraiva
 

CAPA DO LIVRO

 
                        No dia 18 de maio de 2002, no salão de recepções do antigo Hotel Vila do Príncipe, na cidade de Caicó, capital do Seridó potiguar, foi lançado o livro Uma mudança ao Ceará, da escritora patuense Mocinha Saraiva. Segundo os jornalistas F. Gomes (in memoriam) e César Filho, ¨ Uma Mudança ao Ceará é uma história contada e vivida de uma realidade bastante conhecida de todos os que têm suas raízes fincadas no interior, principalmente no sertão nordestino.


LANÇAMENTO EM CAICÓ

                            “É um retrato fiel do sofrimento e das alegrias tão comuns ao sertanejo que, vítima da seca, sai de suas terras em busca da sobrevivência nas grandes cidades.”. O livro teve uma primeira edição, em mimeo, no ano de 1978. A segunda edição, em formato gráfico, foi uma produção cultural do escritor Epitácio Andrade.
 

EPITÁCIO E SALISMAR EM VISITA À ESCRITORA

                             A obra está ilustrada com desenhos dos artistas plásticos Corina Saraiva e Jany Tavares. Estavam presentes no lançamento: a cantora Dodora Cardoso, o esposo da escritora senhor Francisco Avelino de Moura (Chico de André- in memoriam), o filho pesquisador João Batista de Moura, as crianças Tiara Ferreira (com 09 anos), Nicolas e Ito Andrade (com 06 anos). Ainda sobre o lançamento que estava inserido na programação do Encontro Nordestino de CAPSs (Centros de Atenção Psicossocial), o artista Cláudio Saraiva e banda realizaram interlúdios musicais. Em outubro de 2011, a escritora recebeu a visita do deputado estadual Salismar Correia a quem concedeu o seu último autógrafo.

ARTISTA PLÁSTICO JANY TAVARES

 


DEPUTADO SALISMAR COM MOCINHA

 
                          Severina Saraiva de Moura (dona Mocinha) nasceu no dia 04 de novembro de 1925, no município de São José dos Cordeiros, no Cariri ocidental paraibano e faleceu no dia 08 de novembro de 2011, em Patu/RN. Dona Mocinha era conterrânea de seu primo médico, ex-senador, megaempresário Drault Ernany, escritor, autor do livro Meninos, eu vi. Agora posso contar.    
 

SÃO JOSÉ DOS CORDEIROS/PB

 

CONVITE MISSA TRIGÉSIMO DIA

 

LIVRO DRAULT ERNANNY

 
 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Dois riachos


Invasão da Fazenda Dois Riachos

Casa Grande da Fazenda
Fachada frontal

Epitácio Andrade com Chico Lobo

 
Em entrevista concedida ao escritor Epitácio Andrade, neste dia 05 de outubro de 2015, no restaurante Mangai, em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, o cidadão nonagenário Francisco Lobo Maia ¨Chico Lobo¨, de 92 anos, narrou com riqueza de detalhes a invasão da Fazenda Dois Riachos, localizada na zona rural dos municípios de Catolé do Rocha e Belém de Brejo do Cruz, ambos no Alto Sertão paraibano, pelo bando do cangaceiro pombalense Ulisses Liberato de Alencar e do famigerado Sinhô Pereira, um dos mentores do não menos afamado Virgulino Ferreira, o Lampião.
Imagem ilustrativa de Ulisses Liberato e comparsa
 
O bando era formado por 20 facínoras, dentre eles, Gato Vermelho, Gavião, Polvinha e o maníaco Chá Preto, que bolinou os seios de uma senhora presente no momento da invasão à fazenda. Na segunda década do século XX, a disputa pelo mandonismo coronelístico no Sertão nordestino motivou o fatídico ataque à fazenda do coronel da guarda nacional Valdivino Lobo, genitor do senhor Chico Lobo.
Coronel Valdivino Lobo
 
Depois de sair, por divergências com o chefe político José Queiroga do município de Pombal, na Paraíba, onde se localiza a Fazenda Estelo, propriedade de seu genitor Francisco Liberato de Alencar, lugar onde nascera em 1894. Ulisses Liberato migrou em 1918 para Milagres, no cariri cearense, onde ficou homiziado na Fazenda Trapiá do major-coiteiro José Inácio de Souza, conhecido como major Zé Inácio do Barro. A mando do major-coiteiro Zé Inácio do Barro, Sinhô Pereira e Ulisses Liberato comandaram o ataque à fazenda Dois Riachos. Cuja empreita envolvia semelhante ação criminosa contra outras fazendas vizinhas, como as pertencentes a Adolfo Maia e a Rochael Maia. A fazenda de Adolfo Maia foi depredada por Sinhô Pereira e a fazenda de Rochael Maia não chegou a ser invadida. No percurso do Ceará a Paraíba, o bando enfrentou uma força pública próximo a cidade de Catolé do Rocha o que motivou sua entrada na cidade de Jericó, onde promoveu depredações e roubos. Antes da invasão, os cangaceiros pernoitaram na Fazenda Santana, do senhor Antônio Saldanha, na zona rural de Catolé do Rocha. Na época da invasão à Fazenda Dois Riachos, o almocreve e já cangaceiro Ulisses Liberato, casado com a sertaneja Santina Benevides, desde 1919, tinha o Povoado do Jordão, localizado entre os municípios de Patu e Caraúbas, como seu ponto estratégico. No livro Jordão e seus Habitantes, prefaciado pelo mestre sertanista Raimundo Soares de Brito (Raibrito), a escritora caraubense Raimunda Dalila de Alencar Gurgel informa que o povoamento do Jordão começou em 1870. Em 1892, foi construído o açude. E foi reconstruído em 1926, depois de arrombar numa cheia.
Escritora Dalila Alencar

Raibrito com A saga dos limões (2011)

 
Em 1937, foi construída a capelinha de Imaculada Conceição, pelos pedreiros Tião Maia e Zé Pequeno. As senhoras Raimunda Godeiro e Maria dos Anjos auxiliavam na realização das novenas. A imagem da santa foi trazida do Rio de Janeiro/RJ, por dona Brígida Saboia.

Capela do Jordão
Em 23 de setembro de 1943, foi realizada a primeira festa da padroeira.

Em 1964, foi adquirido o harmônio.

Harmônio
No período de 20 a 22 de julho de 1950, ocorreram missões de Frei Damião e Frei Fernando, acompanhados pelo bispo João Batista Portocarreiro.

 
Em 1926, foi construída a casa de Quincas Godeiro.

Em 1930, teve início o roço da caatinga para a construção da estrada de ferro Mossoró-Souza.

Em 1936, o engenheiro Manoel Marques entregou a estrada de ferro.

Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço.

Depois do assalto, Ulisses ficou refugiado em Juazeiro por dois meses.

No mesmo ano da invasão a sua fazenda, o coronel Valdivino viajou ao Rio de janeiro, capital federal do Brasil, para um encontro com o presidente Epitácio pessoa que fora seu contemporâneo no ciclo ginasial.
Epitácio Pessoa
 
Era o tempo da ¨Política das Salvações¨, que pretendia instituir uma nova ordem e defendia um combate ao coronelismo. A invasão à  Fazenda do coronel Valdivino teve grande repercussão na imprensa.
 



 
O presidente depois de ouvir o relato do ex-colega articulou a integração de autoridades das províncias do nordeste para unir forças numa perseguição implacável ao major-coiteiro Zé Inácio do Barro e um combate sem tréguas ao cangaceirismo. No dia 11 de setembro de 1922, Ulisses Liberato, sem o bando, foi preso na comunidade de Alagoinha, em Lavras da Mangabeira, no Ceará e, em seguida, recambiado para a cadeia do Crato sendo minuciosamente interrogado no dia 24 de janeiro de 1923 pelo delegado major Raimundo de Mores Brito e recolhido à prisão, onde já se encontrava Chá Preto e Polvinha. Chá Preto teve a mão direita decepada à machadada. A pretexto de ser feita a sua barba foi chamado um barbeiro, que realizou um trabalho de um ofício medieval, o barbeiro-cirurgião.
Barbeiro-cirurgião
Cravando-lhe um punhal na subclávia, o maníaco agonizou até a morte.

O major Zé Inácio não resistindo a implacável perseguição, resolveu emigrar para Goiás, aonde veio a ser assassinado, em São José do Duro (uma corruptela de São José do Ouro, hoje no estado de Tocantins).

Em setembro de 1923, Ulisses Liberato, com 29 anos foi sumariamente fuzilado. Polvinha o acompanhou na linha de fuzilamento.