Museologia e
Redução de Danos no Consumo de Drogas Psicoativas – Um Projeto Experimental em
Campina Grande/Paraíba
Acervo museológico de derivados do cânhamo |
A
questão do consumo de drogas psicoativas coincide com a história da humanidade.
Ao longo da evolução histórica, os humanos se relacionaram de diferentes formas
com esta prática. Contemporaneamente, o consumo mercantil trouxe padrões
comportamentais patológicos envolvendo o uso de drogas, ao ponto de se
caracterizar um problema sanitário que se espalha por todo o tecido social, sendo
necessário o desenvolvimento de estratégias para intervir na questão. Baseada
na tolerância e no respeito às escolhas individuais, as técnicas de redução de
danos ao uso de drogas têm sido, paulatinamente, assimiladas por um contingente
significativo de usuários e incorporadas ao sistema único de saúde (SUS).
Um dos primeiros espaços experimentais da técnica de redução de danos ao consumo de drogas psicoativas, utilizando recursos museológicos, foi a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na grande Natal/RN, no anos finais do século passado, sob a direção do especialista em segurança Igor Pípolo, promovendo palestra do criminólogo alemão Sebastian Scherer sobre processos abolicionistas do consumo psicoativo e exposição do acervo de produtos derivados do cânhamo, pertencente ao ativista Tota Agra da cidade de Campina Grande/PB, sob curatela do médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio de Andrade Filho.
A
partir de um acervo museológico formado por produtos não-psicoativos derivados
da Cannabis sativa (Planta macho - cânhamo), tenta-se com o presente projeto dar conformação a uma
intervenção baseada na estratégia de redução de danos ao consumo de drogas em
Campina Grande, segunda maior cidade do interior do Nordeste Brasileiro e a
maior do interior Paraibano. Propõe-se a estruturação de um projeto nos moldes
da política de saúde pública denominada como “consultório de rua” num
ambulatório móvel, que disponibilize um gabinete odontológico, uma sala de
atendimento clínico e um camarim-museu, que permita o desenvolvimento de ações
clínicas integradas com ações culturais, envolvendo a exposição do acervo
museológico formado pelos produtos não-psicoativos derivados da planta
masculina da maconha (Tecidos, chapéus, camisas, tênis, perfumes, cremes,
sabonetes, xampus, óleos, medicamentos, dentre outros) e a exibição de
audiovisual sobre este recurso museológico.
Tota Agra e Gilberto Gil |
A perspectiva é que esta intervenção possa servir de
atrativo para uma clientela, tradicionalmente, de difícil adesão às
terapêuticas.
* Trabalho científico aprovado para apresentação na II Mostra Nacional de Práticas Psicológicas, no dia 21 de setembro de 2012, no Parque Anhembi, em São Paulo/SP, sob autoria de Alexandre Bosco da Silva Oliveira – Psicólogo, Epitácio de Andrade Filho – Médico psiquiatra e
sanitarista, Juracema Gomes de Medeiros – Enfermeira sanitarista, Maria de Fátima Andrade Holanda de Albuquerque –
Assistente Social e Tiara Ferreira e Andrade – Estudante de Psicologia.
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