Chef Cacá e Epitácio Andrade |
COZINHA BAIANA EM NATAL
“… Todo mundo gosta de acarajé, o trabalho que dá pra fazer é que é…”
“Vem benzê-ê-em, tá quentinho. Ô acarajé ecó olalai ó”
Do
vínculo com a religiosidade à comercialização industrial, os famosos
bolinhos de feijão africanos ganharam corpo na Bahia e foram além de
oferendas às divindades: hoje, os acarajés são integrantes oficiais da
dieta alimentar de uma deusa do culto afro-brasileiro, da população baiana e de milhares de adoradores da iguaria espalhados pelo mundo.
Segundo o antropólogo Vivaldo da Costa, o quitute genuinamente
africano e baiano por graça tem presença em terras brasileiras marcada
há mais de duzentos anos, quando além de vendido a pregão nas ruas da
Bahia era ofertado ao orixá Iansã ou Oiá, no culto sagrado do Candomblé.
Para outros pesquisadores, "O acarajé dos Iorubás da África ocidental (Togo, Benim, Nigéria, Camarões) que deu origem ao brasileiro é por sua vez semelhante ao Falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África nas diversas incursões durante os séculos VII a XIX. As Favas secas e Grão de bico do Falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África".
Etimologicamente, acarajé vem de 'akará', que na África significa 'bola de fogo' e, no Brasil, foi adicionado a terminação 'jé', cujo significado é 'comer'. Literalmente, acarajé significa 'comer bola de fogo'.
No princípio, o pequeno bolinho feito de maneira simples servia para
agradecer pedidos mas, com o final da escravatura, deu um verdadeiro
salto rumo às ruas baianas para, através da sua comercialização,
garantir o espaço social de famílias, e principalmente, mulheres
afro-descendentes.
Acarajé
De lá para cá, o bolinho de feijão fradinho
moído, frito no azeite de dendê, se tornou o maior representante da
culinária baiana, é comentado em diferentes partes do globo e entoado
por diferentes vozes. E já afirmava o poeta e compositor Dorival Caymmi,
em A Preta do Acarajé:
Mas como diria o sociólogo Roque Pinto**, já não é tão complicado
assim. Na atualidade, as “baianas de acarajé” não precisam vagar à noite
em busca de compradores de seus quitutes com tabuleiros erguidos a
cabeça – como era de costume. É real dizer que ao invés de irem até os
clientes, as baianas de acarajé possuem hoje uma verdadeira legião de
fãs, que as procuram em pontos fixos de todo o Recôncavo Baiano.
Sem entoar cânticos, as contemporâneas baianas de acarajé ganharam
tabuleiros padronizados, enormes tendas, enormes filas e altos preços
para valorizar a iguaria que ofertam.
Chef Cacarajé com sua equipe |
Depois de divulgado, popularizado e difundido, o acarajé caminha para a
profissionalização. Mas como profissionalizar um quitute? Simples. Com
a criação de uma Associação de Baiana de Acarajé, apoio governamental e
um selo de qualidade (isso mesmo, quase um Inmetro do dendê), baianas
de acarajé conseguem consolidar uma verdadeira estrutura de produção dos
bolinhos, ou seja, nada de ralar o feijão em pedra e amassar na mão,
como nos seus primórdios de criação.
Incrível, não? Nada
devagar, o hambúrguer de baiano ganhou as cadeias de Fast Food, ou
comida rápida, e cursos já são oferecidos para quem quiser
comercializá-lo, com matérias como atendimento ao cliente, manipulação
de alimentos e finanças.
Hoje, quem estiver interessado em
apenas saborear não precisa mais esperar uma baiana passar entoando
cantigas ou mesmo se dirigir a uma das inúmeras tendas espalhadas pela
cidade. Ao entrar em um mercado, é possível comprar a mistura pronta,
que ao adicionar água e ser despejada em forma de bolinho em uma
fritadeira com dendê, se transforma - como que em um passe de mágica não
tão especial – no acarajé.
Texto enviado por Cacarajé com grifos de Epitácio Andrade.
ENDEREÇO: CACARAJÉ Avenida Praia de Muriú, 8833 (conjunto ponta negra)
segue na avenida Praia de Genipabu, que é a rua que fica entre o praia
shopping e o pitts burg,vai ate o final da rua a 7° casa a esquerda,em
frente ao colégio machadão!
É o melhor Acarajé do Brasil. Já comi na Bahia e não chega nem perto do Cacarajé!!!
ResponderExcluirByll